Renovação Carismática Católica - Arquidiocese de Florianópolis/SC
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03
Ago
Vocação é a boa nova de Cristo
Vocação é a boa nova de Cristo
Seminaristas, padres e diáconos ligados à Renovação Carismática Católica (RCC) da Arquidiocese de Florianópolis, partilharam um pouco de suas histórias à serviço da Igreja

A Igreja é o Corpo de Cristo. Juntos, o clero, os consagrados e os leigos dão vida a missão deixada por Jesus: ir ao mundo e pregar o evangelho a toda criatura. Todo cristão é chamado a ser instrumento de Deus na realidade em que vive. Com a intenção de manter acesa a chama desses dons, o mês de agosto é dedicado às vocações. No último final de semana, as orações se voltaram aos ministros ordenados do diaconato, presbiterado e episcopado. Para homenagear estas vocações, seminaristas, padres e diáconos, ligados à Renovação Carismática Católica (RCC), da Arquidiocese de Florianópolis, partilharam um pouco de suas histórias à serviço da Igreja. 

Chamado vocacional 

Em 1966, são João Paulo II escreveu a seguinte frase: “A vocação é consequência do chamado, da voz divina em Cristo. Essa é uma consequência para todo o mundo, mas em cada um é distinta. Possui como todas, um sentido social e carismático”. Esse pensamento foi descrito quando ainda era arcebispo de Cracóvia, capital de seu país natal, a Polônia. Na época, não poderia imaginar que após 12 anos: de Karol Józef Wojtyla, passaria a se chamar, João Paulo II; o 264º Papa da Igreja Católica; aquele que teria o terceiro maior pontificado da história; e, que após nove anos de sua morte, seria canonizado.

É incrível ver o agir das mãos de Deus sob seus filhos. Os planos d’Ele, de tão gloriosos, são incalculáveis para seu povo. Isso faz lembrar da importância de manter viva as orações por novas vocações em cada comunidade. Cristo, sempre está em busca de suas ovelhas e, às vezes, pode ir ao encontro delas, quando menos esperam. Foi assim que aconteceu com Iago Mafra, 23 anos. O seminarista Dehoniano do Convento Sagrado Coração de Jesus, em Brusque, atualmente cursa a faculdade de Filosofia. 

O chamado à vida religiosa aconteceu quando tinha 19 anos, em um retiro carismático. Naquele encontro ele sentiu sede por algo maior. De início achou que seu chamado seria à membro consagrado daquela comunidade. Talvez, naquele momento parecesse ser o caminho mais estável, já que na época, Iago namorava e estava empregado em uma ótima empresa. Após muita oração, teve a confirmação: Deus o que queria levar para as “águas profundas”, e assim como fez com Pedro, o transformar em “pescador de almas”. “Com este passo de dizer meu sim, para muitos foi uma loucura e para mim foi apenas corresponder com o chamado de Deus através do amor”, lembra Mafra.

O caminho até o altar

O “sim” à vida religiosa não é fácil. Ele vem acompanhado de renúncias e cobranças. Uma rotina dedicada à Igreja de Cristo e tudo que nela se constitui. Rodrigo Laufer, 32 anos, faz parte do Seminário Convívio Emaús, em Florianópolis. Se dedica aos estudos da faculdade de Teologia, um dos últimos passos até à ordenação sacerdotal. Essa é a etapa “configuradora”. Seu dia é composto por estudos, formações, orações comunitárias das laudes, hora média e vésperas (liturgia das horas), santa missa, adoração e por fim, atividades físicas. “Na minha caminhada ao sacerdócio, encontrei minha forma particular de atender às outras vocações que todos nós temos, à vida, felicidade e santidade”, explica, Laufer.

Aceitar o chamado de Deus é um grande passo para os jovens seminaristas, mas, ainda maior, é a responsabilidade dos padres encarregados pela formação desses jovens. Padre Vânio da Silva, 42 anos, é reitor do mesmo seminário em que Laufer estuda e mora. Há 11 anos, ele coordena a formação dos seminaristas nas suas principais dimensões: humano e afetiva, espiritual, pastoral e missionária. “O desafio se apresenta, porque a formação das vocações sacerdotais é uma tarefa bonita pela sua profundidade e transcendência, mas também, um ministério exigente e delicado”, afirma padre Vânio.

Com o passar dos anos, o mundo como um todo se renova. E dos anos 90, quando era seminarista, até hoje como reitor, padre Vânio lembra das diferenças visíveis no seminário: “Hoje os jovens entram no seminário em menor número, mais tarde e perseveram mais, após terem experiências na vida profissional e estudantil”, explica. Ele completa seu pensamento ao dizer que como reitor, acolhe muitos jovens, um diferente do outro, cada um na sua complexidade, mas em vista de uma missão grandiosa. 

Missão do bom pastor

Em 2010, o Papa Emérito Bento XVI, iniciou a audiência geral, “Munus sanctificandi”, na praça São Pedro, com uma mensagem especial para os padres: “Os sacerdotes são um grande dom para a Igreja e para o mundo; através do seu ministério, o Senhor continua a salvar os homens, a tornar-se presente e a santificar. Como o Santo Cura d’Ars, sejam generosos na distribuição dos tesouros da graça que Deus colocou em nossas mãos”.

Se tornar o servo, descrito acima Santo Padre, é uma missão repleta de desafios. São anos de dedicação até a tão sonhada ordenação sacerdotal. Ao vestir a estola, símbolo de todo ministro ordenado, o padre toma para si a responsabilidade de conduzir um rebanho. Há 17 anos, o padre André Gonzaga de 45 anos, assumiu a função de ser pastor. É pároco da Paróquia São Vicente de Paula desde 2018, e vigário Forâneo da Forania de Itajaí (2019-2020), e reconhece: “Pastorear o rebanho de Deus, é o nosso grande carisma como padres Diocesanos. É uma missão grandiosa e que nos assemelha a Cristo. Precisamos ser pastores à imagem do bom pastor Jesus”.

O bom pastor, descrito por Jesus no evangelho de São João (10, 1-21), é aquele que recebe a vontade de Deus e a segue. Conhece seu rebanho e sabe guiá-lo no tempo certo. Tem disposição para buscar os perdidos, sem esquecer dos que estão ao lado dele. É com esse propósito que o padre Leandro José Rech, 44 anos, aceitou o convite feito pelo arcebispo da Arquidiocese de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, para ser assessor Eclesiástico da RCC da Arquidiocese, em 2013.

Desde então, ele acompanha de perto o Movimento que despertou nele a vocação sacerdotal: “Faço isso com muito carinho, porque devo à essa corrente de graça, que é a Renovação Carismática, a minha espiritualidade, como cristão católico, vocacionado e sacerdote. Não deixa de ser um ato de gratidão ao Movimento”, afirma padre Leandro.

Os frutos do Espírito Santo

Em 2013, Papa Francisco escreveu seu primeiro livro como Bispo de Roma, chamado, “A Igreja da misericórdia: Minha visão para a Igreja”. Em uma das 130 páginas, ele diz: “O Senhor quer que façamos parte de uma Igreja que sabe abrir os braços para abraçar todos, que não é casa de poucos, onde todos podem ser renovados, transformados e santificados pelo seu amor”. Assim também, a Renovação Carismática segue como uma corrente de graça da Igreja Católica, usada como instrumento do Espírito Santo, para despertar novas vocações e acolher a todos que nela procuram abrigo.

Na Arquidiocese de Florianópolis, 17 padres e 12 diáconos são ligados à RCC. Um desses diáconos é Ideraldo Luiz Paloschi, de 49 anos. Ele é consagrado da Comunidade Bethânia, na cidade de São João Batista, desde a fundação, em 1995. Foi através do falecido padre Léo Tarcísio Gonçalves Pereira, (Servo de Deus), que recebeu o convite para entrar na Escola Diaconal. Sua ordenação ocorreu quando tinha 38 anos, em 2008. Com o apoio da família, ele dedica a maior parte de sua vida, aos trabalhos sociais com os “filhos” de Bethânia - assim são chamadas as pessoas acolhidas no recanto, e que em sua grande maioria, possuem dependência química.

Através do testemunho do diácono Ideraldo é possível ver os pilares da vocação diaconal: serviço dedicado à liturgia e à caridade. Não pode-se esquecer, que há também aqueles que precisam alinhar o trabalho para Cristo com a carreira. Esse é o caso do diácono Ricardo José de Souza, 51 anos. "Eu sou policial Militar, e isso assustava bastante os meus formadores. Embora eu nunca tenha prendido nenhum deles (risos), graças à Deus. Havia um questionamento de como eu conseguiria lidar com tudo isso, pois muitas vezes o policial precisa repreender e usar da força física, se necessário. Mas, confesso que sempre lidei com muita tranquilidade”, relembra o diácono Ricardo, que já soma, 15 anos como diácono, e 30 como policial Militar. 

Iago, Rodrigo, Vânio, André, Leandro, Ricardo e Ideraldo. Quantas vocações foram partilhadas nesta reportagem! Que estes testemunhos de vida possam aquecer o seu coração com o desejo de rezar pelo nascimento de novos dons. O futuro diácono, padre ou bispo, pode estar na comunidade que você faz parte, ou até mesmo na sua casa. Olhe o exemplo dessa família catarinense e católica. Todos os dias, um casal e seus nove filhos rezavam pelas vocações sacerdotais e religiosas. Um dia, Deus atendeu aquelas preces, e de nove filhos, uma se tornou irmã religiosa, que hoje exerce seu ministério na Bahia, e o outro filho foi ordenado padre. Após 34 anos de sacerdócio, viria a ficar conhecido com Dom Wilson Tadeu Jönck, o arcebispo Metropolitano de Florianópolis. É como diz o ditado: vocação acertada, vida feliz!

Fonte: Isabela Corrêa | MCS RCC Arquidiocese de Florianópolis

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